Sabe o que é disputar uma prova há mais de 20 anos e nunca mais tirá-la da cabeça, do coração e da estante?
O primeiro piloto a se inscrever para a Edição Sensacional sabe!
O capixaba Luis Fernando Gonçalves Magalhães conseguiu a façanha de ser, entre tantos, o primeiro participante das motos a garantir inscrição para o 36º Pro Tork Ibitipoca Off Road.
Embora a competição esteja marcada somente para o primeiro final de semana de agosto de 2026, a abertura antecipada das inscrições foi um trem de doido: em uma semana, já são mais de 260 pré-inscritos para a prova.
O piloto do Trail Club de Guaçuí (ES), que começou como Novato e hoje está na categoria Over 55, tem o IOR na cabeça porque, desde a estreia em 2004, disputa quase todo ano, no coração, porque em sua primeira participação vivenciou aventuras, perrengues, amizades e pódio, e na estante, porque os troféus com motivos da prova (porteiras, passagens e outras situações) têm lugar especial na memória afetiva.
Acompanhe, a seguir, os principais trechos do depoimento de Luis Fernando sobre a sua história com o Ibitipoca Off Road:
Estreia inesquecível
Faço o enduro de Ibitipoca desde 2004.
Fiquei sabendo. Montei no carro sozinho e fui parar no pátio do Carrefour, onde a largada era realizada. Era o meu primeiro enduro de grande porte, categoria Novato.
Na época, a gente parava no posto de gasolina e não subia para Ibitipoca. O pernoite era ali embaixo mesmo, em escolas. Mas à noite saiu o resultado (parcial) e, por incrível que pareça, fiquei em primeiro lugar. Nossa! Fiquei todo animado! Me achando “o cara”.
Susto na largada de domingo
Na largada do segundo dia, acabei atingido e sofrendo uma queda. Não me machuquei, mas fiquei todo ralado! Levantei, bati a poeira, montei na moto e continuei viagem. Como eu não era experiente e na minha região não tem o tal do “mata-burro longitudinal com vão central…”
Hum, pra quê? Caí naquele miserável. Começou a vazar óleo na moto, levantei do outro lado. “Olha, pessoal, me ajuda.” Achei que era óleo do motor. Se fosse, acabou a prova! Alguém falou: “É óleo da suspensão; rasgou e vazou o óleo”. Perguntei: “E dá pra andar assim?” “Vai ficar meio ruim, mas dá".
No meio do caminho, um mineirinho “boca boa”
Aí, (nunca me esqueço disto) tinha um mineirinho do lado (como eu ganhei no primeiro dia, acabei ficando “famosinho”) e ele falou: “Boca boa, vou te ajudar. Pode ir, que eu vou ajudar”. E ele ajudou mesmo! Fez o segundo dia todo ao meu lado. Ele largava perto. Quando a gente chegou lá em cima, na Vila, a família dele me ajudou, me recebeu, deu água, comida, lanche, e assim foi.
Foi a prova mais importante que fiz no Ibitipoca. Uma superação muito grande! E o companheirismo desse cara que eu não consigo lembrar o nome.
Pé quebrado ainda vai, mas “não toca na bota!”
Ao final do segundo dia, eu tinha quebrado o pé. Lembro-me da equipe médica que, diante da situação, queria rasgar minha bota (mas ela era nova!). Disse: “Rasga não! Pode puxar que eu aguento, rs.”
Inesquecível
Moral da história: fiquei em oitavo lugar! O troféu da Pedra, que para mim é muito significativo! Estava sozinho. Sorte que tinha um pessoal de perto da minha cidade, Cachoeiro do Itapemirim (ES); amigos que eu acabei fazendo também na prova e um deles trouxe o carro para mim na minha cidade e o outro veio junto, para depois levá-lo embora para Cachoeiro.
É uma prova inesquecível para mim, o meu primeiro Ibitipoca em 2004!
De lá pra cá, devo ter falhado só uns três ou quatro IOR; estava inscrito, mas não fui, ou por ter me machucado uma semana antes; outro ano fiquei com a minha mãe, que não se sentia bem; situações assim.
Amizades e saudades
São sempre provas inesquecíveis! O pessoal nos trata muito bem! Fiz amizade com o Manoel e com o Thiago Resende (organizadores da prova).
A gente tinha também o Saulinho Santana (que levantou a prova por muitos anos), e ele era da minha cidade, Guaçuí. O saudoso Saulinho, que também nos recebia muito bem!
Troféus cativantes
Tive outros troféus. Tem o da Porteira também, que é muito significativo. Outra coisa muito bacana no IOR, são os troféus estilizados com motivos da prova.
Eu, até durante muitos anos, fiz prova aqui do campeonato capixaba na minha cidade, sempre nesta vibe. Fazia parceria com a Casa da Cultura e os artesãos daqui e os meus troféus também eram personalizados.
A “escola IOR”
O IOR é uma escola! Na minha vida de enduro sempre teve o Ibitipoca presente. Participei de enduros no Brasil inteiro. Mas, para mim, a prova mais charmosa, mais bacana, é o Ibitipoca Off Road.
Este ano, se Deus quiser, estaremos aí!
Texto: Ivan Elias - Assessoria de Imprensa e Comunicação IOR
Fotos: Arquivo Pessoal
Coordenação: Manoel e Thiago Resende